Se você tem uma orquídea, ora, você tem uma orquídea.
Se você adquiriu outra orquídea, você tem duas orquídeas
agora.
Mas se você, em menos de uma semana, comprou mais uma
orquídea, você tem três orquídeas e um problema. Você provavelmente foi
infectado pelo vírus da orquidofilia e essa “doença” pode ser grave e te levar
a lugares nunca antes imaginados, a começar pelos orquidários, feiras e
exposições. Além disso, vai ter de começar a pensar em construir seu próprio orquidário.
Nos casos extremos, quando menos esperar você se verá em
pleno feriado ou final de semana, com água até os joelhos, subindo ou descendo
cachoeiras, embrenhando-se pelo mata, fotografando orquídeas, bromélias, ripsalis
e outras epífitas, fugindo da vida selvagem do meio urbano pra se tornar mais humano
no meio do mato. Um riacho, o canto de algum pássaro, a névoa que cobre a
trilha, a vista panorâmica no alto da montanha, pedras, abismos, paredões,
chapadas, árvores repletas de vida verde, macacos, quatis, serpentes, tatus,
insetos, rios, lagos, mar... Serão companhia nos seus próximos passeios, se não
de verdade, pelo menos na vontade.
Pode ser que nada disso, de fato, aconteça, mas que você vai
ter vontade, isso vai.
Então vamos ao tratamento.
Feito o diagnóstico, para controlar essa “doença” o primeiro
passo é encontrar o espaço, o espaço do seu orquidário. E essa será a parte
mais difícil.
Na verdade dificilmente a gente tem condição de construir
um orquidário atendendo às necessidades das plantas em relação ao
posicionamento do sol e assim por diante.
Normalmente adaptamos orquidário ao espaço que temos.
Fazemos um projeto, ainda que mental.
Depois será preciso escolher os materiais. Há orquidários
feitos em alvenaria, madeira, aço... Mas na verdade todos os orquidários são
feitos de imaginação.
No meu caso decidi por um material durável, de manutenção
relativamente baixa e custo bem acessível, ou seja, o material que estava
sobrando.
Para encontrá-lo, na verdade, visitei alguns
Ferros-Velhos e trouxe pra casa uma porção de velhos canos galvanizados,
daquele que ninguém mais usa, a menos que precise colocar uma antena em cima da
casa pra poder ver melhor o Faustão.
(Aconselho a usar esse tempo pra cuidar das orquídeas,
ok.)
Durante a construção problemas vão surgindo, e isso
sempre, sempre acontece, mas soluções também.
Depois do projeto mental o primeiro passo foi medir e
cortar o material
Como são canos de ferro foi necessário fazer dezenas de
roscas e algumas soldas também.
Fazer roscas em canos não é pra qualquer um. O trabalho
não é difícil embora exija algum conhecimento, mas a ferramenta é bem incomum,
chama-se tarraxa.
Nem tudo pôde ser rosqueado por uma questão de
aproveitamento de material, evitando adquirir mais itens. Todas as peças foram
confeccionadas para o projeto priorizando o menor custo possível.
Um exemplo é essa peça de alumínio que faz a conexão
entre o cano que fará a função coluna e o cano que fará a função de viga. É o
aproveitamento de um pedaço de perfil de alumínio, sobra de outros projetos que
foi cortado, dobrado e furado.
Note também o desgaste na ponta do cano da coluna para o
perfeito encaixe entre os dois.
Como um dos lados da cobertura foi projetado para ser
encostada na parede foi econômico apoiar este lado na própria parede como a
imagem mostra a seguir.
Do outro lado cinco colunas fazem a sustentação e em cada
uma delas foi feita uma pequena sapata na base.
Conforme o projeto vai sendo executado surgem também os
desafios, por exemplo, como prender o sombrite na estrutura de canos.
E a solução foi costurar um material de sustentação (um
cordão grosso) nas bordas para poder prender o tecido ao cano com tiras de
arame.
Para isso foi desenvolvida essa agulha, ou algo parecido
com uma. Funcionou bem.
Depois de costurado o fio na extensão toda, o sombrite
foi fixado com arame galvanizado na estrutura.
Aqui o velho cano já recuperado e pintado com o detalhe
de uma das oito conexões desse tipo.
Além de ser funcional precisa ficar bonito, então, uma
gracinha não custa nada, ou quase nada.
Depois de montado, pintado e coberto ficou faltando
definir como pendurar as plantas, pois nesse orquidário ficarão apenas as
plantas penduradas que tomarão chuva.
A solução foi a madeira.
E a fixação dos sarrafos na cobertura foi feita com cabos
de aço em três pontos.
Depois de todo o trabalho as plantas começaram a se mudar
pra lá.
Oi Josué
ResponderExcluirJá disse em outra oportunidade o quanto é caprichoso, mais uma vez vou dizer: Gosto muito de ler as estórias de suas lindas e maravilhosas plantas.
Fiquei feliz com sua visita no meu blog.
abraços e uma linda semana