Era uma vez uma flor escondida na floresta.
Ela não se mostrava a qualquer um.
Abria suas pétalas apenas a quem a interessasse e isso, acredite, era da parte dela puro interesse.
Ali vivia ela reclusa em seus pensamentos quando inesperadamente um grande monstro de cor amarelada veio em sua direção e destruindo toda a floresta deixou-a em exposição direta ao sol.
Por ali começaram a passar grandes serpentes que cobriram enormes distâncias e carregavam veneno mortal. Aquela exposição repentina quase a matou.
Como poderia ela repensar toda sua existência em tão pouco tempo?
O sol agora cegava seus olhos e queimava sua folhagem.
Não havia mais tempo.
Mas certo dia, ainda em tempo,  surgiu um ser alienígena de botas brancas e a ceifou daquele tormento.
Ela, que era tão pequenina e não se mostrava a quase ninguém além daqueles a quem o fazia por puro interesse, abriu suas pétalas e a ele se entregou.

Catasetum trulla resgatado na linha do oleoduto

...sempre presente


O mar se curvava diante dela.
Nos seus dias de glória fitava da torre mais alta de seu castelo encantado o horizonte distante.
E o oceano era lindo.
Mas um dia veio a tempestade, seu castelo ruiu e ela foi lançada no abismo.
Os vermes a atacaram e seu manto de realeza se reduziu em farrapos, mas sua esperança não foi destruída.
Um dia um cavaleiro com suas botas brancas, acompanhado de seu fiel escudeiro, a viu quase nua, caída entre as pedras, quase sem vida e a resgatou.
Levou-a para um novo castelo e ela novamente floriu.

Cattleya guttata resgatada na floresta depois da tempestade que mexeu o mar

...sempre presente